“Arquitetura é arte, mas uma arte bastante contaminada por muitas outras coisas. Contaminada no melhor sentido da palavra – alimentada, fertilizada por muitas coisas.” – Renzo Piano
O arquiteto italiano Renzo Piano (nascido em 14 de setembro de 1937) é conhecido por sua abordagem delicada e refinada da arquitetura, vista em museus e outros edifícios construídos em diversas partes do mundo. Ao receber o Prêmio Pritzker em 1998, o júri o comparou a Leonardo da Vinci, Michelangelo e Brunelleschi, destacando "sua curiosidade intelectual e habilidade para resolver problemas tão amplas e aguçadas quanto às dos primeiros mestres de sua terra".
Nascido em Gênova, seus pais esperavam que Piano seguisse a tradição da família e se tornasse um construtor, mas ele optou pelo projeto, vindo a estudar arquitetura em Milão. Após trabalhar para Louis Kahn entre 1965 e 1970, o sucesso profissional bateu cedo à sua porta: aos 34 anos, ele e Richard Rogers ganharam o concurso de projeto para o Centro Pompidou em Paris. Após a conclusão da obra, Piano passou quatro anos trabalhando ao lado de Peter Rice, o engenheiro do Pompidou, antes de fundar sua empresa, a Renzo Piano Building Workshop, em 1981.
O sucesso do Pompidou rendeu a Piano a uma série de outras encomendas de museus, incluindo outra de suas obras mais elogiadas, a Menil Collection em Houston, inaugurada em 1987. Renzo Piano talvez seja o arquitetos de museu mais prolífico do mundo na atualidade, mas seus projetos foram, pouco a pouco, se distanciando das estratégias empregadas no Centro Pompidou, tornando-se cada vez mais leves e delicados. O arquiteto refuta a ideia de que sua obra apresente qualquer estilo único, afirmando, em entrevista ao The Independent:
Penso que 'estilo' é uma armadilha. Mas não contesto a 'inteligência' ou a 'coerência'. Porque coerência não trata da forma, mas de algo mais forte, mais humanístico, mais poético, até.
Sua reputação lhe permitiu erguer edifícios ao lado de algumas das maiores obras da arquitetura do século 20: nos últimos anos, concluiu edifícios adjacentes à Capela em Ronchamp e ao Carpenter Center, ambos de Le Corbusier, e ao Museu de Arte Kimbell de Louis Kahn .
Ao conceder-lhe o Prêmio Pritzker de 1998, o júri elogiou a sensibilidade de Piano, mas também sua versatilidade, citando projetos como o Terminal do Aeroporto de Kansai em Osaka como prova de que ele era capaz de realizar mais do que apenas museus – uma habilidade atestada em outras ocasiões, como no projeto para o Shard em Londres. O júri declarou que "ao escolher a carreira de arquiteto em vez de construtor, ele pode, em algum sentido, ter rompido com sua tradição familiar, mas na realidade, reforçou essa tradição de maneiras que seus antepassados teriam podido apenas imaginar."
Revisite os projetos de Renzo Piano publicados no ArchDaily aqui.